Imagine se você pudesse descobrir se a pessoa que está conversando com você está contando uma mentira. Imaginou? Seria ótimo, não é mesmo?
Pois bem, isso é possível. Existem técnicas de análise dos canais de comunicação humano, (que podem variar dos elementos verbais e não verbais) para descobrir se
uma pessoa está sendo verdadeira ou incongruente.
É importante ressaltar que a análise da conduta não verbal é uma ciência composta de diversos elementos, que ao serem analisados em conjunto podem apontar fatos como a coerência e incongruência da comunicação de um indivíduo.
Neste artigo, iremos descrever brevemente algumas informações interessantes para você começar a entender esta expertise.
Linguagem corporal
Se você já assistiu séries como “Lie to Me” ou “O Mentalista” já deve ter ouvido falar em linguagem corporal.
Longe de ser apenas uma ficção científica, a linguagem corporal pode sim nos oferecer informações importantes sobre o estado emocional de uma pessoa e até mesmo apontar elementos chaves para compreendermos a confiabilidade das narrativas apresentadas.
A análise comportamental é uma área de estudo da psicologia que utiliza o 5 canais afetivos (gestos, posturas, proxêmica, cinésica e tacêsica) e as microexpressões faciais que revelam as 7 emoções universais (felicidade, desprezo, nojo, raiva, tristeza, medo e surpresa).
Através dela é possível identificar as emoções e analisar a comunicação, percebendo coisas importantes como a congruência ou incongruência entre o que é dito e o que o corpo denúncia.
Será que a narrativa da pessoa bate com os sinais que ela está mostrando através da sua linguagem corporal?
Alguns sinais são possíveis de se identificar com treinamentos e estudos certos. Só para se ter ideia, 1 a cada 200 pessoas conseguem naturalmente identificar elementos como as microexpressões faciais, isto é, aqueles micro movimentos da musculatura da face humana que podem acontecer em 1\4 de segundo.
Porém, esta leitura pode ser imprecisa…
Existem fatores importantes ao analisar o comportamento de alguém, um exemplo disso é a linha de base, que é, por exemplo, uma característica básica do rosto de uma pessoa como uma linha de expressão bem marcada ou até mesmo um movimento involuntário que ela repete como uma espécie de tic.
Por isso o primeiro passo para esta investigação é entender essa linha de base: quais são os elementos comuns do comportamento de uma pessoa, como ela gesticula quando se comunica? Quais são os comportamentos comuns quando ela está tensa ou quando ela está relaxada?
E partindo dessas observações podemos ir construindo algumas percepções sobre como essa pessoa age, como seu corpo se expressa
naturalmente e reage a certas circunstâncias. Com treino e informações corretas você poderá se tornar um “scanner de comportamento humano”.
Veja agora as dicas para identificar sinais corporais que podem se relacionar com a mentira.
Comprimir os Lábios
A compressão dos lábios é usualmente um sinal de raiva controlada ou tristeza controlada.
Enfim, pode ser um indício de uma dessas emoções. E um dos maiores gatilhos da raiva é quando temos a certeza de que alguém está no obstruindo propositalmente. Outro gatilho é a injustiça ou a quebra de confiança.
Desvio de Olhar
Muito cuidado com este sinal, o desvio de olhar pode também significar insegurança ou timidez.
Mentirosos costumam desviar o olhar do ouvinte quando a mentira é contada. Isso se deve ao fato da pessoa sentir uma vergonha inconsciente ao contar a mentira ou ainda como forma de disfarçar, evita contato visual.
Como havíamos falado no tópico anterior a compressão dos lábios pode ser também um indicativo da emoção tristeza, e um dos elementos que podem nos ajudar a entender.
Rugosidade na testa
Rugas horizontais localizadas na testa, como já dissemos, podem ser uma característica da linha de base do indivíduo.
Essa rugosidade é provocada pela ativação do músculo frontalis, a mesma musculatura ativada nas microexpressões de tristeza, e também presente nas microexpressões de medo e surpresa.
Vale ressaltar que a micro expressão de surpresa (que é uma das mais breves com sinais bem sutis), possui o franzido na testa por até 2 segundos.
Depois, ele logo dará lugar a outra emoção como medo, caso o que aconteceu seja ameaçador, raiva, quando o que aconteceu não lhe agradou, ou nojo, quando o que aconteceu não é prazeroso e você não quer fazer parte daquilo.
Movimento das mãos e os braços
Em alguns casos, ao se contar uma mentira, a pessoa pode acabar sentindo medo e ficando retraída…
Ela pode se ‘’esconder em si mesma’’ buscando abrigo da situação em um movimento apelidado de ‘’turtle efect’’ (efeito tartaruga).
Este gesto também é explicado como um pensamento inconsciente da pessoa em achar que se retraindo ela irá passar despercebida por quem ouviu a mentira.
Vale ressaltar que as mãos e pés são as partes do corpo com menos terminações nervosas e, portanto, eles indicam mais facilmente nossos estados emocionais e até nosso interesse.
Tocar muitas vezes o próprio corpo
Desde a época da infância, temos uma programação mental instalada nos dizendo que mentir é errado. Sendo assim, quando mentimos nos sentimos ansiosos, inseguros e inquietos naturalmente porque nosso corpo libera o hormônio adrenalina.
Tocar muitas vezes o próprio corpo indica insegurança. Dessa forma, o adulto tentará disfarçar essa inquietação, simulando uma limpeza de sujeira em sua blusa ou até mesmo realizando um auto abraço, por exemplo.
Tapar a boca
O gesto de tapar a boca pode indicar um desejo inconsciente de reprimir palavras. Pode ser melhor analisado em crianças que contam uma mentira e levam a mão à boca instantaneamente.
Já os adultos disfarçam um pouco mais este gesto, mas ainda é possível notar a mão sendo levada à boca disfarçadamente.
Olhar em diagonal, superior e direita
Muitos estudiosos de Programação Neurolinguística (PNL) acreditavam que o desvio de olhar de uma pessoa para os lados podia significar algo.
Se este desvio fosse para a esquerda, presumia-se que ela estava acessando suas lembranças, se fosse para a direita, acreditava-se que uma área criativa do cérebro estava sendo acessada, ou seja, estava criando imagens mentais.
Isso não é um fato.
Uma pesquisa realizada nas Universidades de Hertfordshire e Edimburgo com 50 integrantes comprovou que não há nenhuma ligação do movimento ocular com a criação da mentira.
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